A sobrecarga do cuidador na doença de Alzheimer

Atualizado pela última vez em 04/01/2024

Pessoas com a doença de Alzheimer necessitam de ajuda para muitas atividades. Conforme a doença avança, o paciente perde sua independência e precisa de um cuidador. Nesse texto, falamos a respeito da sobrecarga do cuidador e damos um teste para detectar o problema.

A família cuida dos pacientes com Alzheimer

Em geral, a assistência ao doente com Alzheimer é feita por um familiar, como o cônjuge ou filho(a). Essas pessoas entram na função de cuidador(a) pelo desejo de ajudar, como uma forma de retribuir o que já recebeu ou simplesmente por amor. Porém existem as situações em que o familiar preferiria ter alguém profissional exercendo a função de cuidador, mas infelizmente o orçamento familiar não permite.

Cuidadores familiares são informais e não remunerados

A maioria dos cuidadores familiares não receberam um treinamento para exercer a função. Como não tem os conhecimentos para a atividade, vão tentando descobrir intuitivamente como lidar com cada nova situação que se apresenta ao longo da doença. Isso pode ser bastante desgastante.

Por questões financeiras, esses cuidadores familiares também não são remunerados. Alguns até precisam abandonar a profissão ou organizar seu sistema de trabalho para dar conta da função de cuidador. Esse é mais um fator de sobrecarga emocional e física.

Com frequencia, um fator de estresse para o cuidador informal é que ele ou ela se cobra de fazer com perfeição e sente que deveria ser melhor. Todavia, não se dá conta de que exerce uma tarefa profissional sem ter tido uma capacitação para tanto.

A vocação para ser cuidador

Algumas pessoas têm uma vocação para serem cuidadores. Devido a certos traços de personalidade, elas já nascem com as habilidades e competências necessárias para a função. Na verdade, os cuidadores inatos são uma minoria.

Em geral, quase todas as pessoas têm que desenvolver a capacidade de ser cuidador na prática. De fato, aprendem no acerto e no erro, o que é bastante estressante.

Pessoas com mais talento para ser cuidadores tem sensações positivas pela função:

  • Sentido de realização pessoal
  • Ficam satisfeitos de promover a aproximação maior da familia
  • Têm satisfação de ajudar outros

Por outro lado, pessoas que se esforçam para dar conta podem ter sensações negativas. Tais como:

  • Estresse e sobrecarga
  • Ansiedade (nova ou aumentando)
  • Privação de sono e outras perturbações da higiene do sono
  • Depressão
  • Diminuição da participação em recreação, trabalho e no autocuidado
  • Isolamento social
  • Problemas financeiros
  • Declínio da saúde física

A sobrecarga do cuidador

A medicina reconhece que o trabalho de ser cuidador pode levar a um problema mental. O nome que se dá a essa condição é sobrecarga do cuidador. Ela acontece quando o estresse emocional e psicológico compromete a saúde do cuidador.

Na maior parte das vezes, a pessoa que com sobrecarga se sente culpada por seus sentimentos. Diante disso, ela tenta ser mais forte e “segurar a onda”. Em consequencia, deixa de procurar o auxílio e o tratamento com psicólogo ou médico.

Os grupos de apoio de familiares cuidadores que existem nas redes sociais ou em associações prestam um grande auxílio na diminuição da sobrecarga. A pessoa não se sente tão sozinha. Vê que outros já passaram por problemas semelhantes e aprende como lidaram. Também são estimuladas a reconhecer que devem procurar ajuda quando estão sobrecarregadas.

Faça um teste agora

Existem várias escalas utilizadas internacionalmente para identificar a sobrecarga do cuidador.

Responda à escala de Zarit que colocamos aqui para verificar seu grau de sobrecarga do cuidador.


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roger.soares
Dr. Roger Soares é médico neurologista, nascido em 1968 no Paraná. Mora em São Paulo há mais de 30 anos e é médico credenciado dos maiores hospitais da capital paulista. Atualmente se dedica exclusivamente ao tratamento de seus pacientes particulares no consultório no Tatuapé. Gosta de escrever, aprender e provocar reflexões. "Conhecimento verdadeiro é saber a extensão da própria ignorância." Confúcio

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